O nascimento do Sonho
É com imenso prazer que dividimos com vocês este tão importante e sonhado nascimento.
Este sonho, que hoje sai do papel e toma suas formas e cores, teve sua sementinha plantada há 19 e há 30 anos, respectivamente (por favor, não se atrevam a fazer qualquer tipo de cálculo! Esta conta só é divertida, e permitida, até se conseguir a primeira carteira de habilitação!)
Estes jovens não conseguiam sequer imaginar que, algum dia, suas vidas se cruzariam, e tão pouco estavam certos de que conseguiriam trazer para a realidade este desejo tão profundo, idealizado e quase narcísico de se tornarem MÉDICOS. Fazer a diferença na vida das pessoas, em um momento tão difícil e definidor quanto o da saúde e da doença, o da vida e da morte, o da sequela ou da plenitude, era muito mais do que um simples sonho. Revelou ser a razão e o propósito, quase obcecado e cego, que regou os muitos e longos anos que se seguiriam. Só quem passa pelos nãos dos vestibulares de Medicina sabe as inúmeras batalhas que foram travadas, os prazeres privados, os amores abandonados e os pedaços feridos que se escondem na simples e curta palavra “APROVADO”.
O que era de extrema importância, mostrou sua insignificância nos seis anos que se seguiram. As angústias e as privações dos anos de vestibular passaram a ser vistas como tolas, exageradas e imaturas. Pobres dos ricos momentos e das pessoas excepcionais que acabaram sendo deixados para trás, na busca por este sonho, ainda amorfo e tão desfocado.
Já era a vida que se mostra e se revela; nenhum ganho vem desacompanhado de perda. Uma carreira que exige tamanha dedicação e lida diretamente com a morte, sendo tão definidora na trajetória das pessoas e de suas famílias, não cobraria barato. Esta conta invariavelmente seria cruelmente cobrada.
Para se atingir a excelência, lidamos com o corpo, absorvemos como ele funciona, dissecamos como ele adoece, apropriamo-nos de técnicas que visam a sua manutenção, seu equilíbrio, sua homeostase, sua existência. Lutamos ardentemente contra infecções, toxinas, sequelas e morte. Brigamos com a fome, com a privação do sono, com a escassez de descanso, com o excesso de isolamento e com a raridade do lazer. Como são tantas as revoltas: contra a falta de recursos, de leitos, de medicamentos, contra as pressões econômicas e dos planos de saúde! Sempre inconformados com a precariedade e a mecanicidade que permeia esta linda, mas tão desgastada, quase inexistente relação humana médico-paciente.
Travamos batalhas tão perdidas, que novamente revelam-se tolas e imaturas. Quem de nós, reles mortais, tem algum controle ou poder sobre a vida ou sobre a morte? Mas continuamos estudando; estudamos tanto, mas tanto, que pessoas, seres humanos, tão complexos em sua psique e em seu corpo, são transformados em simplórios objetos de estudo. Para curar quando possível e aliviar quando necessário, é preciso manipular, observar e estudar o corpo são e o doente…
Duas gotas d’agua foram unidas sobre um balcão de fórmica – a soma e a psique; o tempo e o espaço. Sádicos, por muitos e longos anos, e a muito, muito custo, tentamos separa – las a fim de darmos conta deste grande e nobre recado. Olhando mais de perto, as gotas são, na realidade, lágrimas, vezes de tristeza, vezes de felicidade, vezes de amor, vezes de ódio ou de vazio e de saudade. Apesar dos frenéticos esforços para mante-las separadas, entre os dois pequenos montes há um filete de líquido que insiste e resiste mantendo -as unidas. Vezes mais fino, vezes mais grosso, este filete representa o laço incapaz de ser quebrado, esquecido ou dissociado, mesmo com a rude e cruel ação do tempo ou da cega tenacidade e persistência dos que nunca desistem de tentar e de acreditar. É a psique que invade o soma, podendo causar, inclusive, doenças psicossomáticas. O triste caminho das pedras se revelou cego e conduziu à despersonificação ( o profissional da área da saúde que toca em fichas, e não em vidas, que não olha no olhos, não escuta ou sequer se relaciona. O técnico, que é técnico dentro e fora de toda e qualquer técnica sem nenhum direito de sê-lo.)
Soroped veio unir o que nunca poderia ter sido separado e para relembrar que, para consolar sem curar, ou aliviar a dor, faz-se necessário conectar-se com o indivíduo, e não apenas conhecer e dominar os conceitos de sua doença.
A maternidade/paternidade nos convoca à plenitude. Nossos filhos nos convidam diária e insistentemente a sermos melhores. Nesta maravilhosa e sublime relação, não há notas de corte, tão pouco há aprovados ou reprovados. Há pais, em toda sua complexidade soma e psique, buscando fazer o melhor e superar a si mesmos diariamente a fim de serem o melhor que conseguem para os que amam. Esta, senhores, é a essência da Soroped!
A verdadeira superação e crescimento depende da complexidade e da integração. Não é fácil, mas é tão linda e rica! Como vale a pena!
Graças a muitos outros loucos que sonharam e sonham conosco, fazendo acontecer, presentes em oração, pensamentos e coração ou ainda simplesmente fixados na perene saudade e no peso da memória comemoramos hoje este lindo nascimento.
MISSÃO
Oferecer integralidade na assistência materno-infantil, prezando a excelência e a qualidade no âmbito da saúde e da responsabilidade social. Mudar trajetórias de vida através da educação e da assistência às famílias.
VISÃO
Ser líder e inovador na integralidade e na assistência materno infantil.
“A sociedade precisa de técnicos até mesmo para os cuidados médicos e de enfermagem, mas onde houver pessoas, e não máquinas, o técnico precisa estudar a forma como as pessoas vivem, pensam e crescem ao longo de suas experiências.” WINNICOTT
VALORES
Família, Integração, Humanidade, Acolhimento, Integralidade, Honestidade, Zelo, Justiça, Altruísmo, Autonomia, Profissionalismo e Trabalho em equipe. “
“É preciso uma aldeia inteira para se educar uma criança”
Soroped, uma agregadora de sua aldeia, aqui, ao seu lado.
Dra Ana Fonseca
CRM163450
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